Uma breve reflexão dedicada às mães e famílias das nossas crianças em tempos de isolamento
Eu não tenho mais duvidas….
… De que os dias que estamos vivendo tenha algo de SAGRADO e RENOVADOR.
Fomos colocados de um modo surpreendente numa CONDIÇÃO DE IGUALDADE que não aconteceu por meio de leis da inclusão, aquelas que todas vocês sabem muito bem quais são, mas essa condição imposta tem o mesmo objetivo: de focarmos a nossa existência com outros olhos e percepção.
Não tenho dúvidas também de que saber lidar com o surpreendente vocês são mestras e doutoras, mas sempre podemos melhorar e crescer.
Ao ver os vídeos de algumas das crianças em suas casas realizando as atividades propostas pela equipe de terapeutas, senti a existência de um amor sem medidas por elas e, em vocês, uma fortaleza que muitas vezes nem sabem que tem.
E nas crianças senti que… ficou explícita a pureza, espontaneidade e encantamento com vocês próximas a elas e abertas para esses momentos.
As crianças passando bem por este momento incerto, enquanto que nós, adultos, muitas vezes nos angustiamos com medo, insegurança, notícias alarmantes e tristes diante de uma realidade nova, mas que não teremos como não vivenciar.
E o equilíbrio emocional é uma das ferramentas que precisamos usar…
Mas como fazer isso? Estou estressada, ansiosa, impaciente, com medo…
Vocês tem muitas maneiras de viver esse equilíbrio ou construir esse equilíbrio ao cuidar dos seus filhos, com o foco no que é importante para ele e para você, não se dando atenção ou espaço para tantas informações tristes e preocupantes sobre as consequências de uma doença que chegou tirando-nos da normalidade, informações estas que infelizmente chegam em nossas mãos pelas mídias sociais e grupos de whatsapp e que podem nos arrasar, se deixarmos.
A base para essa renovação é o amor pelas crianças que vocês já têm de sobra, o foco é o dia a dia, em que estamos afastados de tudo ou quase tudo e que permite agora que façamos outras coisas que antes não conseguíamos fazer… É tempo, portanto, de mudarmos nosso foco, nossa percepção, nosso agir…
Para isso, proponho que enxerguem neste momento uma oportunidade de se reconstruir e crescer, através de livros, reflexões, trocas com a equipe terapêutica da Casa da Criança, para que que possamos nos manter próximos para crescermos juntos e continuar o trabalho que realizamos dentro da nossa missão individual.
Com carinho,
Márcia Angarten – Psicóloga
Casa da Criança Paralítica de Campinas